As Regras de Ouro para Alcançar o Ouro

O Quinto Passo

Um dos primeiros livros que li após assumir a responsabilidade pela minha vida financeira foi "Pai Rico, Pai Pobre" de Robert Kiyosaki.

Outro foi "O Homem Mais Rico da Babilônia", de George Samuel Clason. Ler é um hábito fundamental para o seu desenvolvimento pessoal e é algo que incentivo você a fazer.

Fiz uma lista de livros essenciais que todos deveriam ler. Clique [aqui] para receber essa lista no seu e-mail.

Voltando aos livros mencionados, vou compartilhar com vocês um ensinamento de cada um que transformou minha vida financeira.

Ativo vs. Passivo

O primeiro veio de "Pai Rico, Pai Pobre":

O autor explica que um dos segredos que fazem as pessoas prosperarem financeiramente é acumular Ativos, ao invés de Passivos. Ativos, como o autor descreve, são algo que coloca dinheiro no seu bolso. Enquanto um passivo é algo que tira dinheiro do seu bolso.

Um exemplo prático: o carro que você dirige é um passivo, pois para mantê-lo você precisa constantemente tirar dinheiro do seu bolso. Gasolina, manutenção, imposto, seguro, e sem contar a depreciação do valor, pois um carro é algo que você provavelmente vai vender por um preço muito menor do que você pagou.

Já, por outro lado, se você investiu em um imóvel e o alugou, esse imóvel é um ativo, pois ele constantemente coloca dinheiro no seu bolso. Além do benefício da valorização desse imóvel, que na grande maioria dos casos, você irá vendê-lo por um preço muito maior do que adquiriu.

A ideia do autor é que o seu salário deve servir como fonte para que você adquira Ativos, que aumentarão o quanto você recebe de dinheiro todos os meses. Por outro lado, se você usa o seu salário para acumular Passivos, a quantidade de dinheiro que você terá disponível será cada vez menor, pois esses passivos gerarão despesas extras ao longo dos anos.

Existem alguns Passivos que são inevitáveis, mas essas escolhas precisam ser feitas com sabedoria.

Exemplo Pessoal: Fiat Panda

Logo depois que passei no teste da minha carteira de motorista, comecei a procurar por um carro. Ter um carro aqui no Reino Unido não é barato, mas no meu caso isso não era uma opção, pois onde moro o serviço de transporte coletivo não é tão acessível.

Porém, o que estava sob meu controle era o tipo de carro que eu escolheria. Meu banco aprovou um financiamento de um carro no valor de até 50 mil libras! Esse valor era mais do que suficiente para comprar praticamente qualquer carro que eu quisesse, como BMW, Mercedes, Audi, Land Rover.

Dentre todas as opções, sabe qual foi o carro que eu escolhi? Um Fiat Panda 2010, pelo qual paguei apenas 1.200 libras.

Um carro é um Passivo que irá tirar dinheiro do seu bolso, mas nesse caso eu não tinha escolha. A escolha que eu tinha era diminuir ao máximo o quanto esse carro iria tirar do meu salário. Escolhendo o Fiat Panda, eu deixei de ter o custo de um financiamento. E claro, por conta do carro ter um baixo valor de mercado, o seguro também é super barato. Além disso, é um carro super econômico.

Toda essa economia de dinheiro que deixou de sair do meu bolso, eu usei para acumular Ativos, que na verdade irão aumentar o meu salário ao longo do tempo. Existem dezenas de maneiras pelas quais você pode deixar de acumular, ou em último caso, diminuir o valor dos seus Passivos. E existem outras dezenas de maneiras pelas quais você pode começar a acumular Ativos, mesmo que seja com um pouquinho de dinheiro por mês.

Regra dos 10%

O segundo ensinamento vem do livro "O Homem Mais Rico da Babilônia". O autor resume que o ouro, ou seja, o dinheiro, tem cinco grandes leis, e a primeira e mais importante é a seguinte:

“O ouro vem de bom grado e numa quantidade crescente para todo homem que separa não menos de um décimo de seus ganhos, a fim de criar um fundo para seu futuro e o de sua própria família.”

Guardar dinheiro é uma arte e é um fundamento inegociável de uma vida financeira organizada. O autor vai além e diz que guardar dinheiro não é somente essencial para você se organizar, mas sim um passo que você dá na direção da prosperidade e da abundância.

Quando comecei minha jornada de transformação financeira, tive centenas de ideias diferentes para dominar sobre meu dinheiro. Primeiro, tentei guardar um valor fixo por mês, depois decidi arrumar outro emprego e guardar todo o dinheiro extra desse trabalho. Criei dezenas de planilhas, diferentes regras, e falhei em todas. Sabe qual foi a única que funcionou? A regra dos 10%.

10% é perfeito porque ele não é um valor que irá comprometer significativamente a sua renda mensal e mudar consideravelmente o seu padrão de vida. O lado bom disso é que se comprometer com algo que não exige um sacrifício muito acima da média, permite que você faça isso por mais tempo e com consistência.

Guardar 50% da sua renda é muito melhor do que guardar somente 10%, mas você dificilmente vai conseguir fazer isso por muito tempo de maneira consistente, pois é insustentável.

Quando decidi começar a guardar 10% todos os meses, pensei que levaria muito tempo para chegar a um valor significativo. Depois, entendi que no começo não se trata do valor, mas sim do hábito. De uma maneira ou outra, o tempo vai passar, e quando você menos perceber, já se foram 4, 5, 6 anos, e você fez isso de maneira consistente, adquirindo o hábito e acumulando um valor significativo.

Pague a Si Mesmo em Primeiro Lugar

Além de definir a porcentagem do quanto você vai separar do seu salário, é muito importante definir a ordem de prioridade desse pagamento. A maioria das pessoas decide o quanto vão guardar depois de pagar todas as outras despesas.

Existem despesas fundamentais para nossa sobrevivência e não podemos negociá-las, mas se você deixar para guardar dinheiro em último lugar, a chance é grande de que nunca vai sobrar nada. Esse dinheiro que você separa deve ser tratado com a devida importância que ele merece.

Esse dinheiro é o fundamento da sua estabilidade financeira, emocional, e da sua família. Essa poupança é a base da sua organização financeira e da sua jornada de prosperidade. É importante vincular o significado desse dinheiro, para que ele seja mais do que somente “uma poupança”, e para que você estabeleça esse gasto como uma prioridade, assim como seu aluguel e sua alimentação, que são gastos inegociáveis.

Esse hábito é tão importante que eu nem considero mais ele parte do meu salário. É como se fosse um imposto descontado na fonte. Se você recebe 2 mil libras do seu empregador todos os meses na sua conta, isso significa que na verdade o seu salário é de cerca de 2.250 libras mensais, mas esses 250 são descontados diretamente na fonte, e você nem vê a cor desse dinheiro.

Você se programa para viver com 2.000 libras, que é o que de fato entra na sua conta.

Exemplo de Poupança a Longo Prazo

Anos atrás, eu decidi considerar essa regra dos 10% como um imposto, ou seja, descontado na fonte. Todo o meu planejamento é baseado em 90% do que entra na minha conta bancária todos os meses, e os primeiros 10% eu nem vejo.

Por curiosidade, uma vez eu fiz essa conta e fiquei espantado com o resultado. Convido você a fazer o mesmo. Some, de maneira estimada, quanto já ganhou de dinheiro em toda sua vida. Não precisa ser preciso. Tente lembrar mais ou menos quanto ganhou em cada emprego que teve e por quanto tempo trabalhou.

Na época que fiz essa conta, eu tinha somado mais ou menos 10 anos de trabalho, e o resultado deu um montante de aproximadamente 500 mil reais. Em média, isso foi o equivalente a ganhar um salário médio durante esses 10 anos de cerca de 4 mil reais por mês.

Minha pergunta é: se durante esses 10 anos eu tivesse ganho 4.400 reais ao invés de 4.000 mil, minha vida teria sido drasticamente diferente?

Provavelmente não.

E se eu tivesse ganho um salário de 3.600 reais por mês ao invés de 4.000, eu teria tido uma qualidade de vida muito inferior? Provavelmente não também.

Eu teria morado na mesma casa, dirigido o mesmo carro, comido nos mesmos restaurantes, feito as mesmas viagens. Isso mostra que 10% a menos do meu e do seu salário por mês, no longo prazo, não muda drasticamente o seu estilo de vida.

Porém, se eu tivesse poupado esses 10%, em 10 anos eu teria acumulado, no mínimo, 50 mil reais.

Conclusão

Se você quer aprender a guardar dinheiro, esse é o caminho: você precisa começar a acumular Ativos e diminuir ao máximo os seus Passivos.

Além disso, você precisa se comprometer a separar no mínimo 10% de tudo aquilo que você ganha e fazer isso de maneira religiosa, sem falhar, colocando como prioridade e fazendo isso antes mesmo de pagar qualquer outra despesa.

Como eu citei, no começo esse valor parece ser insignificante, mas logo o tempo irá passar, e além do hábito que você adquiriu, você terá a recompensa de ter acumulado um valor significativo que vai servir como um escudo, tanto externamente quanto internamente.

Você percebeu que eu falei que se tivesse poupado 10% de tudo que eu ganhei naqueles 10 anos eu teria acumulado no mínimo 50 mil reais? Pois é, é isso mesmo. Esse é o mínimo. Porém, além de poupar dinheiro, que é o primeiro grande passo que você precisa dar em direção a uma vida financeira organizada e próspera, você precisa aprender a investir esse dinheiro, ou seja, colocá-lo para trabalhar para você.

Quer aprender como fazer isso de maneira segura?

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